Implantei minha igreja em 1958,
assim que conclui o seminário, em uma área muito pobre da cidade de Seul,
chamada Bul-Kwang-dong. Por causa da guerra em meu país, abundavam o caos e a
desordem, assim como também a pobreza e a doença. A maioria dos habitantes da
cidade era de refugiados ou pessoas que tinham vindo do interior do país. A
área onde eu estava se caracterizava como uma das mais pobres de toda a cidade.
Foi no meio desse ambiente que comecei a pregar o evangelho. Era um das áreas
onde se fazia mais necessário a resplandecência da luz da esperança de Deus.
- Arrependam-se, e recebam Jesus
Cristo! Cada um de vocês é filho de Deus! creia em Jesus, e terá vida eterna!
Apesar de minha mensagem
apaixonada, todos se mantinham indiferentes. O povo de Dae-jo-dong era muito
inseguro nessa época, pois essa era uma área onde vivia a população mais pobre
e com problemas: quadrilhas, alcoólatras e pessoas que padeciam de enfermidades
de todo tipo. Nesse vale de frustração, aconteceu algo que mudou o rumo de meu
ministério.
Ao caminhar pela vila miserável,
notei uma casa que estava a ponto de cair. Em um gesto atrevido, bati à porta e
disse:
- Tem alguém aí?
No mesmo instante, uma mulher
abriu a porta e perguntou:
- Quem é você?
Era uma mulher de nome Lee Cho
Hee, que tinha vindo da província de Hamkyung-Do, Coréia do Norte, por causa da
guerra. Vivia com nove filhos e um esposo viciado em álcool. Alem do mais, a
mulher estava definhando, pois tinha problemas de coração e gastrintestinais. A
vida dessa mulher era algo indescritível. Então decidi levá-la a Cristo. Eu a
visitava todos os dias para falar-lhes sobre o Reino dos céus. Mas a mulher se
irritava e dizia que todos os religiosos eram mentirosos e que sua vida era um
inferno mesmo.
- Não me interessa o que
acontecerá depois de minha morte. Não me interessa se existe um inferno, porque
minha vida é o inferno mesmo. Observe como vivo. Preciso viver bem agora, e não
depois de minha morte. Vá embora daqui!
Fui para pregar a ela, mas no
final terminei ouvindo uma pregação. Para dizer a verdade, ela tinha toda a
razão. Pensativo, voltei par minha igreja, que nessa época era uma tenda. As
palavras daquela mulher seguiram retumbando em meus ouvidos. O Reino dos céus
deveria manifestar-se agora em nossa vida. Pensei: ela tem razão! Necessitamos
do Reino dos céus agora mesmo, e não depois da morte. O Deus que nos ama por acaso
não deseja que sejamos felizes também nesta vida?
A humanidade foi criada pelo amor
de Deus, mas tem se revelado contra Deus. Como conseqüência, o homem teve de
levar consigo a carga do pecado. Contudo, Deus teve compaixão de nós e enviou
seu filho Jesus Cristo para que, mediante a cruz, ele tomasse nossas maldições,
nossa morte e nossas dores. Nosso destino era o pecado, mas Deus nos salvou por
meio de Jesus Cristo.
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