segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O diálogo é a fonte para um relacionamento saudável

No relacionamento conjugal, e vou considerar este relacionamento desde a fase de namoro, uma das coisas mais difíceis de se alinhar é a questão da vontade própria. Já deixo claro que não se deve abrir mão de tudo totalmente, mas deve-se haver um equilíbrio entre o casal. Muitos relacionamentos promissores tem se desfeito começando com pequenos atos de egoísmo e culminando em guerra entre orgulhos.

Alguns exemplos simples e banais são: Discussão entre qual deve ser o melhor caminho até o objetivo X. Ele diz que a alternativa A é mais rápida e mais fácil, ela diz que está enganado, pois a B é a melhor. Este é um caso no qual, na maioria das vezes, não é necessário haver um acordo, pois ir por A ou por B não vai prejudicar nenhum dos dois. O casal simplesmente deveria ser capaz de aceitar que o companheiro tem uma opinião diferente e quem estiver guiando o veículo vai escolher o que acha melhor. Mas neste ponto entra o orgulho. A necessidade de que o parceiro(a) aceite sua opinião como a melhor e não admite que faça diferente é uma questão de orgulho. "Eu não abro mão da minha posição e ponto final". Observe que citei um exemplo em que o casal está saindo junto de carro. Geralmente isso ocorre para um passeio. Neste caso, o evento está fadado ao fracasso.

Outras situações mais complicadas podem e vão ocorrer. E nestas geralmente é necessário haver um acordo. Ou seja, tem que encontrar um meio termo que satisfaça os dois ao mesmo tempo, porém, também desagradará os dois ao mesmo tempo.

Existe mais um caso básico, ocorre quando também há necessidade de acordo e este satisfará completamente aos dois. Este é o caso ideal, ou seja, aquele que sempre queremos que aconteça pois ninguém sairá insatisfeito.

Um fator importante a se considerar em relação a tudo isso é a questão dos princípios pessoais. Todos nós temos princípios, ou seja, são os conceitos que não podemos abrir mão pois é totalmente errado para nós. Eles são fundamentais para termos uma medida de até que ponto podemos abrir mão das coisas sem nos desgastarmos com o tempo.

Mas há um problema nisso: como saber quais são os princípios que realmente não devemos abrir mão e quais devemos quebrando assim o orgulho?

Bom, neste ponto penso que é necessário um diálogo mais profundo com o cônjuge. Deve-se colocar em discussão os "por ques" de tais valores. Esta não é uma tarefa fácil, já que o casal já se encontra em posição de conflitos de ideias e para uma total compreensão um do outro é necessário muita humildade, paciência e amor. Digo isto pois quando achamos que algo está certo geralmente tendemos a sermos intolerantes a outra opinião, a opinião "errada".

Precisamos da humildade para estarmos totalmente abertos a outra opinião, sem pré-conceitos. É claro que podemos contrapor as novas ideias com as anteriores que já possuímos, porém devemos poderá-las e reavaliá-las de igual forma, sem sermos tendenciosos sempre avaliando porém defendendo com qualquer argumento nossos ideais.

Precisamos de paciência pois nem todos somos exímios explicadores, então entender o pensamento do outro não é tarefa fácil. Além disso, a paciência é importante porque a conversa pode ser extensa e cansativa, mas não é saudável deixar questões mal resolvidas. Aqui é importante notar que não incentivo discussões intensas e sem intervalos. Não é isso. Os intervalos são bons para pensarmos e avaliarmos corretamente as novas ideias.

O amor é necessário pois os outros dois atributos anteriores e muitos outros não são possíveis sem ele. O amor é chave do relacionamento. E amar não é um sentimento apenas, mas uma decisão. Tem que escolher amar todo o tempo.

Através do amor escolhemos ser calmos e compreensivos, escolhemos ter paciência e humildade, escolhemos nos relacionar resolvendo os conflitos e nos amoldando ao outro.

Escolha amar sendo melhor em cada atitude. Assim você estará semeando amor e só poderá colher amor.

"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se orgulha1 Coríntios 13:4